Lourenço Czernin

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Como avaliar (corretamente) a sua empresa para vender com sucesso

Alguma vez se questionou por quanto poderia vender a sua empresa?

Hoje falo-lhe sobre um dos ingredientes que por um lado lhe dá uma noção real do potencial do seu negócio, mas que, por outro, pode inviabilizar uma venda de sucesso: a avaliação.

Mas afinal, como se avalia uma empresa? O processo apesar complexo não é complicado, e qualquer pessoa pode ter um ponto de partida, compreendendo 3 princípios que vou dividir em três secções: Princípios, Lucros e Múltiplos.

Vamos aprender a fazer avaliações?

PRINCÍPIOS a ter em conta na avaliação

Para percebermos este ponto, vamos assumir que a empresa não tem dívidas (a pagar ou a receber) nem capital em caixa para além do necessário para manter as operações nos próximos 6 a 12 meses. Se existirem imóveis devem ser avaliados separadamente.

Uma empresa é avaliada com base na performance presente e passada e não com base em estimativas ou potencial futuro. Normalmente uma avaliação deve ser apresentada na forma de intervalor de valores. Porque uma avaliação não é uma oferta.

Uma oferta é uma relação entre uma avaliação e determinadas condições da transação. Nas condições acordadas podem ser incluídos aspetos para além dos que abordo na avaliação básica, como períodos de transição da gerência, prémios por objetivos, etc. Condições são os elementos que permitem realizar determinado negócio pelo preço acordado. As condições do negócio são tão importantes na negociação como o valor da transação. É por isso que uma avaliação nunca pode ser considerada uma oferta.

Exemplos

Se forem incluídas dívidas a pagar, estas são reconhecidas na totalidade e reduzem o valor da avaliação.

Se forem incluídas dívidas a receber ou capital em caixa, não costumam ser reconhecidos na totalidade e aumentam o valor da avaliação.

Todos estes princípios podem ser discutidos, e é fundamental para o dono de uma empresa saber quais são os pressupostos de qualquer avaliação que receba, para que possa comparar com outras avaliações.

LUCROS na avaliação

As empresas normalmente pode ser avaliadas com base em três tipos de lucros:

1. EBITDA

Que significa lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações. É a forma mais comum de medir o lucro de empresas com uma administração profissional. Esta é uma métrica fundamental que qualquer dono tem de ter em consideração.

2. Ganhos Discricionários do Vendedor

Para empresas mais pequenas, sem uma administração profissionalizada é comum somar ao EBITDA, gastos pessoais do dono que estão reconhecidos como gastos da empresa. São gastos que tipicamente com a mudança de dono ou uma administração profissional tenderão a desaparecer.

3. EBIT (Lucro Operacional)

Esta é a forma menos comum de avaliar uma empresa, difere da primeira na medida em que os gastos de depreciação e amortização em vez de serem vistos como meros exercícios contabilísticos são encarados como gastos reais. Esta métrica é particularmente importante para empresas que precisem de investir constantemente em bens tangíveis ou intangíveis para se manterem competitivas.

Que lucros deve considerar?

Como base para a avaliação, por uma questão de simplicidade, gosto de utilizar uma média simples dos lucros dos últimos três anos. Em alternativa pode ser utilizada a mediana, ou uma média ponderada com maior peso nos anos mais recentes. Podem existir razões para preferir um método em vez de outro, mas é importante saber justificar a razão.

Porquê lucros e não faturação? Porque faturação é vaidade e lucros são realidade.

Mas podem existir exceções: a indústrias com margens de lucro muito elevadas podem ser aplicados múltiplos à faturação ou ganhos recorrentes, mas não é o mais comum.

MÚLTIPLOS e a avaliação da sua empresa

O que é isto do múltiplo? Tal como referi, a avaliação de uma empresa é composta pelo valor dos lucros (normalmente um valor fixo) ao qual é aplicado um determinado “mútiplo” e é aqui que a avaliação pode deixar de ser uma ciência e se torna uma arte.

A maior confusão que existe é querer aplicar múltiplos de forma equivocada, ou fora de contexto. Os múltiplos dependem essencialmente de três aspetos:

  • dependência que a empresa tem do proprietário, quanto mais dependente menor o múltiplo;

  • Indústria em que se insere, o tipo de indústria pode aumentar ou reduzir o múltiplo

  • dimensão dos lucros, uma empresa com lucros de 100.000€ tem um múltiplo mais baixo do que uma empresa com lucros de 10.000.000€

O que significa isto na prática?

Uma empresa gerida pelo próprio dono poderá vender por um múltiplo de 1 até 4,25 dependendo dos lucros gerados.

Já uma empresa com uma administração profissional e lucros até 10 milhoes de Euros poderá vender por um múltiplo, em média entre 3,5 a 7,0. Em situações extraordinárias pode mesmo chegar a um múlltiplo 10 ou 15, isto vendendo a investidores privados. Uma empresa à qual seja feita uma Oferta Pública (entrada em bolsa) poderá vender por múltiplos superiores a 20 ou mesmo 30.

Se está a pensar que o intervalo de valores é muito significativo, tem toda a razão! É por isso que o primeiro passo para uma venda de sucesso é fazer a avaliação da sua empresa e contratar profissionais que saibam exatamente o que tem de fazer para maximizar o valor de venda da sua empresa.

Durante o mês de fevereiro vou oferecer gratuitamente a avaliação do seu negócio. Se tiver interesse em conhecer (realmente) o potencial da sua empresa e medidas concretas para aumentar o seu valor pode entrar em contacto comigo ou preencher este breve formulário.

Paz e Bem,
Lourenço Czernin